#13 Transtorno Bipolar? Só Jesus na causa!
- Ana Flávia Barbosa
- 1 de fev. de 2018
- 11 min de leitura
Eu tenho distúrbio bipolar. Não tem muita coisa pra explicar além de que, após muitos anos sofrendo, eu finalmente fui em busca de ajuda psiquiátrica e recebi esse diagnóstico.
Não sei quem vai ler isso, mas digo de antemão que ser bipolar não é o mesmo que ser insana. Meus familiares que sabem dessa minha condição psiquiátrica (os poucos que sabem) me aconselham a não revelar isso pras pessoas, pois pode comprometer meu futuro e a forma como as pessoas me vêem. Eles falam isso com a melhor das intenções dentro de suas vivências, mas acabam que, sem perceber, estão me explicando que essa doença é algo que deve ser escondido, pois pessoas com essa condição não são bem vistas.
Mas eu não tenho vergonha nem medo de falar sobre isso. Da mesma forma que, quando abandonei o candomblé e aceitei a Jesus como meu Senhor e Salvador não hesitei em revelar a todos de uma vez só, independente do que fosse. Fui muito criticada por isso; perdi muitos supostos "amigos" e a fofoca correu solta pelas minhas costas, como eu vim depois a descobrir. Porém, ao mesmo tempo, muitos admiraram a minha coragem e autenticidade de viver a minha verdade, independente do que os outros pensassem; e vieram até a mim, se mostrando abertos a me entender e a me respeitar.
Portanto, da mesma forma, pretendo ser autentica com essa verdade sobre a minha vida: eu tenho uma doença psiquiátrica chamada distúrbio bipolar. Ponto. Essa doença não me faz ter múltiplas personalidades ou múltiplas personas vivendo dentro de mim que, quando uma "assume", a outra não lembra de nada ou coisa do tipo. Falo isso, pois há uma certa ignorância sobre doenças psiquiátricas e essa é uma das coisas que eu já ouvi falar sobre distúrbio bipolar.
Não! O distúrbio bipolar faz com que as correntes elétricas que transitam pelo meu cérebro acabem não indo pelo lugar certo, o que acaba confundindo a intensidade das minhas reações sobre as coisas básicas da vida. Como assim? Bom... Imagine que você tem que andar da sua casa até a padaria, que fica exatamente do outro lado da rua. A reação normal é você atravessar em uma linha reta na direção da padaria, que é o seu objetivo. O nosso cérebro funciona meio assim. As sinapses nervosas seguem o melhor e mais rápido caminho entre os neurônios para realizar determinada coisa, buscando sempre o melhor resultado na hora de distribuir os comandos para o resto do corpo. No entanto, para a pessoa com distúrbio bipolar é como se, quando você saísse da porta da sua casa querendo chegar na padaria, ao invés de você atravessar a rua em uma reta, de forma a percorrer o caminho mais rápido e eficiente, você desse voltas no quarteirão, pulasse algumas poças d'água, tropeçasse em alguns bueiros abertos e, por fim, acabasse indo parar no bar que fica no bairro vizinho.
Sério, é isso.
Ao invés das cargas elétricas percorrerem o caminho mais eficiente e objetivo pelos neurônios, elas acabam se desviando por lugares completamente não propícios do cérebro, enfrentando obstáculos desnecessários e, talvez, não conseguindo completar a tarefa proposta desde o início e indo parar em algum lugar no meio do nada dentro da sua cabeça. E isso faz com que a pessoa bipolar tenha o que chamamos de altos e baixos muito frequentes. O famoso "8 ou 80". A pessoa vive em extremos, sendo o extremo da alegria aquele que consiste em uma sensação megalomaníaca, com idéias mirabolantes e planos invencíveis, além de uma sensação de que a pessoa é capaz de "dominar o mundo" (essa frase é característica do bipolar nos momentos de euforia).

Por sua vez, o extremo da tristeza é marcado por profundas depressões e pensamentos de derrota, tristeza, falta de estímulo, cansaço, sonolência profunda ou insônia crônica, etc. A dificuldade de viver com essa doença é que os altos e baixos são muito constantes, podendo haver alternância entre picos de euforia e de depressão mais de uma vez no mesmo dia. Imagine você se alegrando com algo com muita intensidade, tendo esperanças altas pra vida e para os seus planos e, de repente, você percebe que nada vai dar certo por diversos motivos e, com isso, você é tomado por uma tristeza e sensação de derrota muito profundas. Tenso, né? Agora imagina isso acontecer duas, três vezes por dia?
Obviamente você vai parecer louca. ALUCICRAZY TOTAL!
Sem falar da forma como esses altos e baixos acabam bloqueando o desenvolvimento da sua vida pessoal e dos seus projetos, pois toda a sua energia está sendo completamente voltada em não pirar de vez. Uma hora você acha que vai conseguir conquistar os seus sonhos, no minuto seguinte você percebe, por inúmeros motivos, que você jamais será capaz disso que você sonha; logo depois você volta a sonhar, sacode a poeira e toma uma dose extra de ânimo, mas então, momentos depois, a realidade pessimista (que parece ser a realista pra você) volta e destrói por completo tudo o que você voltou a ter esperança de realizar. Isso tudo em um dia...
Na boa... Eu não desejo isso pra ninguém. Cansa demais!
Mas você não é louca. (Você pode ser emocionalmente desequilibrada, mas isso ainda não constitui na definição de loucura) O que te falta são componentes químicos no seu cérebro que fazem com que as sinapses nervosas ocorram da maneira mais objetiva e eficiente. E, uma vez que essa necessidade química é suprida, o bipolar consegue viver uma vida bem equilibrada e normal com a ajuda de seus remédios e de acompanhamento médico e psicológico.
É pra sempre? É! É pra sempre sim, porque seu cérebro não vai, DO NADA, começar a produzir sozinho o que ele não produz agora. (A não ser que Deus queira, mas aí Deus é Deus, Ele pode tudo... Seu cérebro é feito de carne e é defeituoso. Seu cérebro não é Deus, então nem que ele quisesse ele poderia se auto consertar!)
Enfim...
Mas isso não é problema algum. É só uma doença que tem tratamento. Assim como o diabetes, que existe a insulina. Que, por sinal, eu também tenho e vou tomar insulina pro resto da vida. Olha que coisa... Normal. Nenhum bicho de 7 cabeças!
Mas porque eu estou falando tudo isso sobre a minha doença? Só pra revelar isso ao mundo e sair do armário psiquiátrico e revelar que está cientificamente provado que eu sou instável? Hahahahaha não, né? Isso aqui continua sendo um blog sobre minhas experiências com Deus.
Existe a doença. Ela é causada por uma deficiência química no meu corpo físico. Ok. Fácil de compreender. Mas também existe o mundo espiritual. E é sobre esse daí que eu quero falar aqui agora sobre a minha experiência.
Eu tenho uma doença e sem os meus remédios, só Jesus. Mas só Jesus MESMO! Eu fico muito mal, correndo risco de vida, pois a minha depressão vem com pensamentos e tentativas de suicídio. Eu preciso dos remédios e nada dessa Terra me fará parar de tomar esses remédios sem o aconselhamento de um psiquiatra.
No entanto, quando eu larguei o candomblé, o candomblé não quis muito largar de mim. Parece brincadeira, mas na realidade é mais parecido com filme de terror do que você pode imaginar. No candomblé você faz pactos que envolvem sangue derramado, tanto de animais quando o seu próprio sangue, que envolve saliva, pelos do corpo, banhos, ervas, comidas ritualísticas, oferendas, rezas feitas em outras línguas, etc. Vish, muita coisa que um dia, quando Deus achar que está na hora, eu conto!
Mas depois de tudo isso, você acha que você pode um belo dia acordar e resolver que mudou de idéia e não quer mais brincar disso? Não é bem assim não... Existe um contrato vitalício ali no meio da parada que você assina sem ler com o seu próprio sangue, penhorando a sua liberdade e a sua alma. E isso não sou eu sendo dramática, isso sou eu sendo bem clara mesmo. Você coloca em jogo a sua liberdade, uma vez que agora você foi vinculada eternamente com aquilo ali, sem direito de mudar de idéia, além da sua alma, que se corrompe completamente pouco a pouco.
Então, quando eu resolvi sair, o candomblé falou "Vai sair não, fofa! Ó aqui o contrato assinado, ó!" Você pertence a isso aqui agora e ou faz ou se dá muito mal. Entendam... Ninguém me ameaçou diretamente, mas quando saí, tudo que ouvi foi o quanto eu estaria perdida e que o tempo ia mostrar a ruína que minha vida virou graças à minha decisão de virar as costas àquilo tudo.
Pois bem... Isso é verdade.
Quando eu saí comecei a ouvir vozes que mandavam eu me matar, que falavam como num sussurro no meu ouvido, que eu não prestava pra nada. Ao mesmo tempo, eu tive surtos no meio da rua e esquecer aonde eu estava e o que eu estava fazendo, me colocando em sério perigo no meio da rua. Eu sentia presenças me rondando, me cobrando e me ameaçando. Eu sentia como se eu estivesse perdida, mas eu já não queria mais aquilo pra mim (o porque disso eu deixo pra explicar em outro post, porque é história longa também). Nessa época eu ainda não havia conhecido Jesus.
Fui piorando cada vez mais. Entrei em uma depressão horrível, na qual eu não via futuro pra mim, não via esperança, nem luz no fim daquele túnel horrendo. E, enquanto eu sentia tudo isso, vozes começaram a surgir no meu ouvido ordenando que eu me matasse. Ordenando mesmo. Vozes de comando dando ordens que eu tinha que obedecer.
Pra quem não tem nem idéia dessas coisas, deem uma pesquisada sobre pais de santo e mães de santo que se suicidam. São muitos. Isso acontece muito e tem explicação.
Eu lembro de ouvir o comando que me instruía a me matar e, ao mesmo tempo, lembro de saber que eu não queria morrer. Isso durou cerca de 4 meses na minha vida, de janeiro a março do ano de 2017, nos quais eu sofria um combate interno muito grande, uma vez que eu ouvia vozes que me ordenavam o suicídio, mas ao mesmo tempo sabia que, apesar deu estar emocionalmente abalada, eu não queria morrer. Então o que era o que?
Era doença psiquiátrica?
Era problema espiritual?
Eram os dois!
E é aqui que vem a parte importante do meu testemunho sobre isso: o inimigo só precisa de uma brecha pra entrar. Ele passa a ter legalidade na nossa vida para agir, quando abrimos brechas. A brecha aberta para o mundo espiritual das trevas me destruírem foram as escolhas que eu havia feito de me envolver com deuses pagãos e idolatria de imagens de deuses que não existem. Além de tudo que vem com isso. Essa foi a brecha que eu dei para que as trevas tomassem conta da minha vida. E, já que eu tinha uma doença que já me fazia passar por "louca" por aqueles menos entendidos, as trevas poderiam me destruir ali sem nem levantar suspeitas de que havia uma interferência espiritual negativa ali.
Mas Deus é bom e Sua misericórdia é para sempre.
Amém por isso!
Deus, em toda a sua grandiosa graça, olhou pra baixo e falou "essa daí não, Satanás, que essa daí é minha!" E me buscou. Jesus me aceitou, me envolveu, me abraçou, cuidou das minhas feridas, me limpou da sujeira do meu pecado, me ensinou sobre o Seu magnífico Amor e me contou que aquele contrato que eu assinei sem ler com o meu sangue, penhorando minha liberdade e minha alma, não valia de mais nada, pois antes mesmo deu assiná-lo, Ele já havia coberto a minha oferta com o Seu próprio sangue. Antes mesmo deu me perder, Jesus já havia derramado o Seu sangue pra me redimir pelos meus erros. Ele pagou o preço mais alto pra poder me dar a minha liberdade e a única coisa que eu precisava fazer era crer nisso e aceitá-lo publicamente com a minha boca de que Ele é o Filho Único do Deus Pai Todo Poderoso e que, através da obra da cruz do calvário, Ele me salvou. E era isso... Só isso que eu tinha que fazer. Ele fez TUDO e a minha parte era só aquela lá, de reconhecer e crer, que tudo seria novo outra vez. E foi!
Eu aceitei Jesus, me batizei em outubro de 2017 e me fortaleci na Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, tratei da minha doença psiquiátrica e estou tomando remédios e indo semanalmente a um psicólogo. Tudo amenizou. Mas dia após dia eu ainda consigo me surpreender com o plano maligno do diabo pra me destruir através da minha doença. Entendam, todos nós ficamos tristes, isso é algo normal. Assim como chorar, querer ficar mais introspectivo por conta de uma eventual decepção, etc. Somos humanos, isso já está na conta. Agora, como pode, toda vez que eu fico um pouco triste por qualquer motivo que seja, a tal da voz volta a sussurrar em meu ouvido, insinuando que eu me mate.
Eu rio disso.
Eu paro, olho na direção de onde vem a tal da voz e a encaro, com a segurança de que, em primeiro lugar, eu tenho um Deus que está comigo e não permitiria jamais que a minha vida, que pertence a Ele, acabasse assim. E, em segundo lugar, com a certeza de que o meu tratamento médico já surtou os efeitos que deveriam e eu estou a poucos passos de ter uma vida com a bipolaridade 100% estabilizada.
Eu encaro o vazio de onde a voz vem e falo pra quem quer que seja o emissor de tais sussurros: "Xô pra lá. Eu te repreendo em nome de Jesus, pois eu tenho um Deus e somente Ele pode determinar quem vive e quem morre. Você não me engana com as suas sugestões sujas." E, com isso, as vozes vão embora. Às vezes elas tentam permanecer, mesmo eu repreendendo, mas hoje eu já sei que a Palavra de Deus corta o mal como uma espada afiada. Recorro sempre aos salmos e proclamo em voz alta as sábias lições e armas de guerra ensinadas por Deus. Ele é meu refúgio, minha fortaleza. Ele me abriga debaixo de suas grandes asas e assim eu sei que estou segura. Eu entrego as minhas aflições no altar de Deus como holocausto para que Ele possa tirar aquilo de mim e transformá-lo para a Sua honra e glória.
Até hoje isso acontece de vez em quando. Eu não posso ficar triste que as vozes voltam. Mas o poder e a soberania de Deus são maiores que tudo que existe, então não há nada que resista à planta dos meus pés quando eu caminho com Ele ao meu lado. Deus cuida de mim, Deus me ama, e Ele sabe que eu sou aquele filha que Ele precisa deixar um de seus anjos de alta hierarquia a postos para lutar as guerras invisíveis que são travadas contra mim diariamente. Pelo menos enquanto eu estou no processo de reerguer meu muro de proteção e fechar as brechas.
Pra terminar, queria dizer aos mais céticos que a fé pode ser difícil de compreender para quem não fala a mesma língua que eu, mas ela é real e tem o poder do reino dos céus contida nela. Quanto mais fé, mais poder de Deus teremos conosco. Para sermos salvos precisamos crer, isso porque se você não acredita que algo possa te salvar, aquele algo não servirá pra nada. A salvação será superficial e de mentira. Quanto mais você crer, mais próximo de Deus você estará e a sua vida será para sempre transformada.
Conheçam Jesus.
Se você é ateu ou não cristão, venha conhecer Jesus. Me mande uma mensagem no meu email (af.oliveirabarbosa@gmail.com), vamos conversar sobre Ele.
Se você é cristão e ama falar sobre Ele, venha conversar comigo também. Mande um email, deixe um comentário. Vamos falar de Jesus.
No céu os anjos adoram a Deus 24 horas/dia, sem parar. O que será que há de tão maravilhoso, que além das nossas compreensões, que faz com que os anjos se prostrem? Que faz com que os querubins cubram os pés e o rosto diante do Criador? O que é que Deus tem que faz com que os anjos o chamem de "Santo! Santo! Santo!" sem parar? Vamos falar sobre esse Deus. Vamos trocar sobre esse Jesus Cristo que morreu por mim e por você.
Conheçam Ele. O rei dos reis. O leão de judah! O noivo amado! O Filho de Deus!
Conheçam Ele! Busquem intimidade com Ele. Ainda há tempo pra isso!
E saibam: Jesus nunca é demais na sua vida! Deseje por mais!
Fiquem com Deus.
Que a graça e a misericórdia do Senhor os acompanhe sempre.
Shalom!
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