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#8 Humilde como Jesus

  • Ana Flávia Barbosa
  • 6 de nov. de 2017
  • 7 min de leitura

Volta e meia eu me deparo com certas situações que parecem que estão ali só para testar a minha fé e o quanto eu realmente estou entregue a tudo isso.


Eu me converti, aceitei Jesus, passei por algumas sessões de libertações e me batizei nas águas e no Espírito Santo. Foi tudo muito rápido pra mim! As pastoras que estão fazendo o meu acompanhamento na Igreja com frequência me falam que Deus está tendo muita pressa com a minha vida... Algumas vezes admito não entender muito bem o que isso quer dizer ao certo, mas, em outras, parece que é claro até demais.


A pressa de Deus com a minha vida em Cristo me parece vir por dois motivos:


1. Eu me envolvi muito profundamente com as trevas e agora que eu estou em Cristo, Deus não quer deixar nenhuma brecha para que o mal se aproxime novamente. E isso é bíblico: onde um demônio foi expulso, quando ele volta, 7 outros demônios se instalam. (Mateus 11:43-45) Ou seja, se a coisa era ruim antes, se acontecer de novo, será bem pior. Então, Deus não quer dar chance para o acaso.


2. Existem muitas coisas que Deus precisa que eu realize em prol do Reino dos Céus para resgatar almas para Jesus. Coisas que os dons que foram concedidos a mim (falar em línguas, dom de oração, visão semi aberta, intuição, sonhos proféticos, etc) farão a diferença em lugares nos quais, talvez, a Palavra de Deus e o Espírito Santo não tenham chegado ainda.


E eu acredito nisso com todo o meu coração. Mas, às vezes, isso tudo se torna muito maior do que eu posso aguentar. O ritmo com o qual as coisas vem acontecendo na minha vida não me deixa parar pra respirar fundo e ter um dia ou outro só pra absorver tudo e racionalizar o que me acontece. Por um lado, meu crescimento e minha caminhada em direção ao Reino é maravilhoso e eu quero mais e mais de Deus. Mas por outro é complicado, pois eu passei muito tempo com a minha mente adoecida e convencida de mil coisas que hoje já não condizem com a doutrina que eu sigo. E para processar tudo isso eu preciso de tempo.


Não é à toa que Paulo fala em Romanos 12.2: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."


Se pá esse é um dos versículos mais citados em toda a Bíblia, perdendo apenas pro mandamento de "Amai ao próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas". No entanto, acredito que exista um motivo para tal: são coisas imprescindíveis para quem quer seguir uma vida em Cristo.


"Não sede conformados com este mundo", ou seja, não tome a forma do mundo. Se você ama o mundo, você é inimigo de Deus, pois Deus e o pecado não habitam no mesmo lugar. Então não tome a forma do mundo. Não aceite o mundo como ele é e, portanto, não se iguale ao que há no mundo. "Mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento", ou seja, a libertação do pecado e da relação com o mundo, que é onde jaz o maligno, começa através do entendimento, da renovação das nossas mentes diante do que é certo e errado diante da vontade de Deus. A nossa mente tem que entender que o que ela pensa, o que ela acredita ser verdade e o que ela, muitas vezes, acredita desejar, nem sempre é da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Quanto mais nos esvaziarmos e permitimos que o Espírito Santo opere em nossas mentes e vidas, mais as nossas vontades estarão alinhadas com as vontades de Deus, e assim seremos mais felizes e plenos, caminhando em santidade.


Quando passamos pelas águas do Batismo deixamos de ser criaturas que carregam a herança do pecado e o estigma de pecadores, para renascermos e começarmos do zero com Jesus Cristo, que morreu na cruz por nós. Jesus foi o primeiro e único Filho de Deus e, quando cremos e aceitamos a Jesus, passamos a ter o direito de adotar a identidade de filhos de Deus, pela nossa associação com Jesus. Somos novas criaturas.


Mas, por mais que isso tudo seja verdade e que tenhamos uma chance de começar do zero, existem coisas que a nossa mente, o nosso corpo e as nossas emoções ainda lembram e desejam, assim como era no passado. Passar pelas águas não apaga isso completamente. Não estou dizendo aqui que não seja verdade que nos tornemos novas criaturas, pois eu realmente acredito que isso aconteça. Mas eu também acredito que isso não signifique que, em um passe de mágica, tudo que nos atormentava antes tenha simplesmente nos abandonado pra sempre. É um processo. O caminho para a santificação é um processo. Precisamos pedir ajuda, abrir mão de vícios, de manias, de formas de pensar e de nos comportar. Muitas vezes, no meio desse processo, perdemos muitas pessoas que acreditássemos ser de extrema importância em nossas vidas, mas que a partir do momento em que Cristo vira nossa prioridade, elas já não servem mais para andar conosco. E isso tudo é muito difícil e requer muita coragem e força de vontade. Não só isso, mas também muita entrega e compromisso com o Reino de Deus. Ser cristão não significa só dizer que está salvo, mas é necessário crer verdadeiramente, o que requer muita entrega e transformação. Precisamos nos esvaziar de nossos desejos e de tudo aquilo que sonhávamos para nós, para dar lugar à Deus e Seu plano original para a nossa vida.


E, honestamente, ultimamente eu tenho sentido algumas dificuldades.


É verdade, eu não nego. Tenho tido dificuldades com a ideologia de "esperar em Deus" pelas coisas, tenho tido dificuldade de não ceder aos desejos da minha carne (como por exemplo o sexo antes do casamento, a farra na rua e etc), tenho tido dificuldade até mesmo de ler a Bíblia e de orar. Estou lutando comigo mesma para buscar a Deus e me manter conectada, mas parece que há um empecilho muito grande no meio do caminho.


Hoje tive meu primeiro dia de escola bíblica dominical na turma de novos convertidos. Foi interessante... A turma era composta por diversas pessoas, de idades e histórias diferentes, e as aulas eram baseadas em coisas beeeem básicas mesmo. Básicas para mim, mas não pros outros. Do nada comecei a sentir sono e pensar "eu estou além disso, ai que saco ficar presa em uma turma de gente que é "menos inteligente" do que eu". Pensei isso. E logo depois também pensei "cara, se eu chegar em um ponto da minha vida em que essas pessoas mais simples, que não estudaram como eu, não possam me ensinar nada, então eu realmente preciso de ajuda, eu estou estragada".



Entendam, TODOS possuem algo para nos ensinar. TODOS. Mesmo aqueles que sabem menos do que você, mesmo aqueles que estão menos avançados que você. Não existe um momento da nossa vida em que paremos de aprender. Cada pessoa tem algo a nos oferecer e a nos ensinar. A humildade é uma das maiores marcas de Jesus Cristo e é algo que eu almejo para mim mesma. Eu não sou humilde. Muitas vezes eu preciso me policiar para não me envaidecer com as coisas e isso é um reflexo daquilo que Deus quer mudar em mim. Mas para que Ele possa fazer isso, é necessário que eu o permita fazê-lo. Abrir mão de mim mesma e ser o que Ele quer que eu seja.


As provações de Deus parecem que se transformam, cada dia que eu vivo, em coisas mais e mais desafiadoras. Deus conhece meus pontos mais fracos. O diabo também. Mas é necessário olhar apenas para Jesus. Não há pecado que apareça em nosso caminho que Deus não tenha dado uma forma para que pudéssemos fugir dele. E isso é bíblico. Para tudo tem uma solução, basta apenas buscar a Deus e confiar nele. Basta apenas crer e os que crerem serão salvos!



Desculpem a postagem rápida e meio vaga, mas agora eu vou me permitir escrever aqui sem um roteiro muito grande, para que tudo venha o mais natural possível. Não quero pregar aqui nesse blog, mas quero deixar registrado como me sinto, para que talvez um dia eu possa olhar para trás e ver as mudanças que aconteceram ao longo dos anos. Quando eu era de Candomblé tudo era um segredo. tudo era sigiloso e tudo era ilícito de ser mencionado com as pessoas. Mas eu sempre tive uma vontade enorme de conversar e dialogar com outros sobre o que acontecia comigo, e eu simplesmente não podia. Então, ser cristã me permite fazer algo que meu coração sempre desejou: ser livre das amarras que me prendiam e me impediam de ser honesta e sincera comigo mesma, com a minha família e com meus amigos próximos. E eu amo ser cristã por isso e por muitas outras coisas.


Que Deus nos abençoe.

O nosso Pai celestial é um Deus de misericórdia. Ele criou o homem e a mulher já sabendo que eles pecariam e, mesmo assim, deu-lhes uma chance e os amou. Além disso, desde o princípio Ele sabia da traição que estaria por vir e, mesmo assim, já possuía um plano de salvação para nós. Temos um Deus tão misericordioso e tão humilde que Ele se reduziu ao tamanho de um homem de carne e osso para poder andar entre nós, para poder estar entre nós e esclarecer as coisas que haviam sido perdidas entre os homens.

Esse é o nosso Deus. Pelo menos, esse é o Deus que eu sirvo. Não o Deus que pune, que amedronta, que tem preconceito ou que persegue os outros. Ele, sim, como Pai, pune quando seus filhos o decepcionam, mas nunca sem olhar por nós enquanto enfrentamos as piores tempestades e quando atravessamos nossos desertos pessoais.

Deus é maravilhoso. Deus é bom. Deus é perfeito. Deus é glorioso.

E Ele merece toda a honra e toda a glória hoje e sempre.

Amém.





 
 
 

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